A utilização do acessório remonta aos tempos antigos, fruto de atos espirituais e até sexuais. Aos poucos, trazidos pelas civilizações Hippies ou mesmo Punks, tornaram-se moda nas décadas de 80 e 90.
O fato de ser diferente, “agredir” aos pais ou mesmo à sociedade, faz com que muitos o utilizem em busca de afirmação.
Através deste post gostaria de alertar, principalmente aos jovens, os agravantes da colocação de tal acessório na cavidade oral.
O corpo tem se tornado uma verdadeira vitrine de imagens e acessórios. Muitas vezes profissionais desabilitados e precários em matéria de higiene são procurados. Doenças como Hepatite e HIV podem facilmente serem transmitidas e disseminadas.
A dor e o edema na língua são as primeiras complicações que surgem após a punção. Quando a perfuração atinge regiões vascularizadas ou nervosas, o órgão pode apresentar sangramento prolongado ou parestesia (sensações subjetivas vivenciadas mesmo sem estimulação, como frio, calor, formigamento). A língua pode inchar fechando a passagem do ar, dificultando a respiração.
Vários locais do corpo são eleitos e os piercings colocados indiscriminadamente. Atualmente, o uso da joia está sendo bastante discutido na classe médica odontológica, devido suas complicações. Mau hálito, fraturas dentais, reabsorção óssea, retração gengival, impedimento de fala, abcessos, infecções, alergias aos metais, hemorragias e tumores são alguns exemplos. Não obstante podemos citar obstruções e perfurações causadas por sua deglutição acidental.
Outra consequência mais grave pode ser a ocorrência de traumatismos e acidentes envolvendo os sítios onde os piercings estão localizados. Isto pode ser favorecido pela prática de atividades esportivas, quando choques, impactos, brigas e acidentes são frequentes.
“O tempo médio de cicatrização no lábio é de aproximadamente 5 semanas e na língua, de 4 semanas. Se o paciente apresentar dor, inflamação e consequentemente aumento do período de cicatrização, deve–se realizar debridamento local, uso de clorexidina e antibióticoterapia. Neste caso o paciente deverá ser acompanhado e o piercing removido (BOARDMAN & SMITH, 1997)”.
Torna-se importante saber de possíveis complicações na hora da decisão de colocar o adorno. Caso o paciente já o possua ou mesmo assim opte em colocá-lo faz-se necessário o controle da qualidade da peça como dos tecidos bucais envolvidos. Uma maior rigidez com a higiene bucal é indispensável. A boca, ao contrário do que muitos imaginam, por ser aberta ao meio externo, quente e úmida, é o ambiente ideal para a proliferação bacteriana. Estudos demonstram que é na cavidade oral que temos o maior número de colônias bacterianas do corpo humano. Em caso de inflamações ou infecções um cirurgião-dentista deverá rapidamente ser consultado.